A matemática é, muitas vezes, ensinada de forma
desarticulada da realidade, utilizando uma linguagem com a qual os alunos são
estão habituados, diferente da língua materna, que estão em contato desde pequenos.
A Literatura Infantil nas aulas de matemática é umas das possibilidades para
tornar essa disciplina mais interessante e motivadora, o que possibilita diminuir
os elevados índices de insucesso matemático dos alunos. Essa integração
representa uma mudança no ensino tradicional de matemática, porque os alunos
não aprendem na história, ao contrário com atividades desse tipo exploram a
matemática e a história infantil ao mesmo tempo. A conexão da matemática com
histórias infantis, além de transformar esse ensino tradicional, ainda provoca
o desenvolvimento de habilidades matemáticas e da linguagem. Os alunos são
levados a compreenderem a linguagem matemática contida nos textos e estabelecer
relações cognitivas.
Desenvolver a habilidade de resolver problemas pode criar
conexões entre o entendimento informal que a criança traz para a escola e o
conhecimento formal esboçado pelo currículo de matemática. Essa mudança de
postura exige também que busquemos outras fontes, além do livro didático, que
propiciem ao aluno a aquisição de novos conceitos ou habilidades e, neste
trabalho, tentamos mostrar que a literatura infantil explorada via metodologia
da resolução de problemas é um recurso rico para ser utilizado com essa finalidade.
Os livros infantis não exigem inicialmente do leitor outras informações, além
daquelas que ele traz da sua própria vivência. Por isso, ao propormos os
primeiros problemas, ainda durante a leitura da história, o aluno os resolve
usando os recursos que tem e dados do próprio texto, sem preocupar-se em saber
ou não a “conta” que deve usar, ou sem medo de errar a resposta.
A literatura é facilmente acessível e proporciona contextos
que trazem múltiplas possibilidades de exploração, que vão desde a formulação
de questões por parte dos alunos até o desenvolvimento de múltiplas estratégias
de resolução das questões colocadas. Ela também exige leitura e estimula à
capacidade de interpretação de diferentes situações, o que também é uma
habilidade essencial para um melhor desempenho dos alunos em resolução de
problemas, bem como, essa conexão da matemática com a literatura infantil
propicia um momento para aprender novos conceitos ou utilizar os já aprendidos.
Howard
Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, baseou-se em pesquisas para
questionar a tradicional visão da inteligência, uma visão que enfatiza as
habilidades lingüística e lógico-matemática. Segundo Gardner, todos os
indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e,
até certo ponto, independentes áreas intelectuais. Ele sugere que não existem
habilidades gerais, duvida da possibilidade de se medir a inteligência através
de testes de papel e lápis e dá grande importância a diferentes atuações
valorizadas em culturas diversas. Finalmente, ele define inteligência como a
habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos
em um ou mais ambientes culturais. Na sua teoria, Gardner propõe que todos os
indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas
usando todas as inteligências. Todos os indivíduos possuem, como parte de sua
bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências. A linha
de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada tanto por
fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Ele propõe
que as escolas favoreçam o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que
encorajem seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e
efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem.
A literatura é por excelência um espaço de síntese da
experiência humana, das emoções e, por isso, seu uso tem sido destacado em
diversos estudos como privilegiado para o trabalho interdisciplinar. Assim, a
literatura pode ser usada como um estímulo para ouvir, ler, pensar e escrever
sobre matemática. É sempre bom deixar claro que uma mesma história deve ser
lida e relida entre uma atividade e outra, para que as crianças possam perceber
todas as suas características e, por isso, um mesmo texto pode ser utilizado em
diferentes momentos do ano. Seja qual for a forma pela qual se leve a
literatura infantil para as aulas de matemática, é bom lembrarmos que a
impressão fundamental da história não deve ser distorcida por uma ênfase
indevida em um aspecto matemático. Também não devemos esquecer que uma
exploração do texto literário não deve ser colocada em segundo plano, sob pena
de tornar ingênua ou falsa a interpretação e a leitura do texto literário.
Referência Bibliográfica
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais. Matemática. 3ªed. Brasília, DF, 2001, 142 p
TRAVASSOS, Luiz Carlos Panisset. Inteligências Múltiplas.
Disponível em: http://eduep.uepb.edu.br> Acesso em: 06. dez.2011.
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